A Mosca
Primeira Parte
Contam que certa vez duas moscas caíram num copo de leite.
A primeira era forte e valente, assim
logo ao cair nadou até a borda
do copo, mas como a superfície era muito
lisa e ela tinha suas asas molhadas, não conseguiu sair.
Acreditando que não havia saída, a mosca desanimou, parou de nadar e de se
debater e afundou.
Sua companheira de infortúnio, apesar de não ser tão forte era tenaz, e, por
isto continuou a se debater, a se debater e a se debater por tanto tempo, que,
aos poucos o leite ao seu redor, com toda aquela agitação, foi se transformando
e formou um pequeno nódulo de manteiga, onde a mosca tenaz conseguiu com muito
esforço subir e dali levantar vôo para algum lugar seguro.
Durante anos, ouvi esta primeira parte da história como um elogio à
persistência, que, sem dúvida, é um hábito que nos leva ao sucesso, no
entanto...
Segunda Parte
Tempos depois, a mosca tenaz, por descuido ou acidente, novamente caiu no copo.
Como já havia aprendido em sua experiência anterior, começou a se debater, na
esperança de que, no devido tempo, se salvaria.
Outra mosca, passando por ali e vendo a aflição da companheira de espécie,
pousou na beira do copo e gritou (Na minha estória a mosca fala, viu?):
“Tem um canudo ali, nade até lá e suba
pelo canudo".
A mosca tenaz não lhe deu ouvidos, baseando-se na sua experiência anterior de
sucesso, continuou a se debater e a se debater, até que, exausta afundou no
copo cheio... de água!
Refletindo...
Quantos de nós, baseados em
experiências anteriores, deixamos de notar as mudanças no ambiente e ficamos
nos esforçando para alcançar os resultados esperados até que afundamos na nossa
própria falta de visão?
Fazemos isto quando não conseguimos ouvir aquilo que quem está de fora da
situação nos aponta como solução mais eficaz e, assim, perdemos a oportunidade
de "reenquadrar" nossa experiência e ficamos paralisados, presos aos
velhos hábitos, com medo de errar.
Pessoas que já perceberam que nem sempre esposo, pais, amigos, familiares ou
mesmo o conselheiro espiritual pode mostrar-lhes a visão isenta do ambiente ou
da situação que estão vivendo.
"Reenquadrar" é permitir-se olhar a situação atual como se ela fosse
inteiramente diferente de tudo que já vivemos.
"Reenquadrar" é buscar ver através de novos ângulos, de forma a
perceber que, fracasso ou sucesso, tudo pode ser encarado como aprendizagem.
Desta forma, todo o medo se extingue e toda experiência é como uma nova porta
que pode nos levar à energia que precisamos, à motivação de continuar buscando
o que queremos, à auto-estima que nos sustenta.
(Autor Desconhecido)